26/04/24

UM CONTO PARA O FIM DE SEMANA

 

Há muitos anos, numa pequena aldeia da China, vivia um camponês. Ele era considerado um homem sábio, pois sempre mantinha uma perspetiva equilibrada sobre a vida. A sua sabedoria vinha do taoismo, uma filosofia chinesa que enfatiza o fluxo natural da vida, a simplicidade e a aceitação das mudanças.

Um dia, o cavalo do camponês fugiu. Os vizinhos vieram consolá-lo e disseram: “Que grande azar! Perderes o teu único cavalo, é uma terrível desgraça!” O camponês simplesmente respondeu: “Quem sabe o que é uma desgraça ou uma bênção? Apenas vejo que o meu cavalo se foi.”

Algumas semanas depois, o cavalo retornou à aldeia trazendo consigo uma manada de cavalos selvagens. Os vizinhos ficaram maravilhados e vieram felicitá-lo: “Que sorte! Agora tens tantos cavalos!” O camponês, mantendo a sua calma, respondeu: “Quem sabe o que é sorte ou azar? Vejo apenas que, agora, tenho mais cavalos.”

O filho do camponês, ao tentar domar um dos cavalos selvagens, caiu e quebrou a perna. Novamente, os vizinhos vieram lamentar: “Que azar, o teu filho está ferido!” O camponês respondeu com a mesma serenidade: “Quem sabe o que é azar ou sorte? Vejo apenas que o meu filho quebrou a perna.”

Algumas semanas depois, o exército do imperador chegou à aldeia, recrutando jovens para a guerra. O filho do camponês não pode ser recrutado devido à sua perna quebrada. Os vizinhos vieram com lágrimas nos olhos e disseram: “Que sorte o teu filho, foi poupado da guerra!” O camponês, mais uma vez, respondeu: “Quem sabe o que é sorte ou azar? Vejo apenas que o meu filho não foi enviado para a guerra.”

Esta história ensina-nos a não julgar as situações como boas ou ruins, mas a aceitá-las como partes naturais da vida. O camponês compreendeu que o mundo é imprevisível e, é sábio, não nos agarramos a conceitos rígidos de sorte e azar. Em vez disso, ele manteve uma mente aberta e tranquila diante das mudanças da vida, encontrando a paz no fluxo natural das coisas.

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